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Joaquim Maria Machado de Assis

 

Nascimento: 21 de junho de 1839

Falecimento: 29 de setembro de 1908

Centenário de morte: 29 de setembro de 2008

 

Jose Pedro Ramos*

 

2008 – O ANO MACHADO DE ASSIS

Cem anos após a sua morte, Machado de Assis, o maior escritor brasileiro, segundo críticos e analistas literários, ganha o reconhecimento mundial. Considerado pelo critico norte-americano Harold Bloom  um dos 100 maiores gênios da literatura de todos os tempos, ao lado de clássicos como Dante, Shakespeare e Cervantes, ganhará este ano uma série de homenagens, devido ao centenário de sua morte.

Em 18 de setembro de 2007, o governo brasileiro, por ato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, transformou na Lei nº 11.522, projeto do senador e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marco Maciel, instituindo o ano de 2008, o Ano Nacional Machado de Assis.

Na Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual foi fundador e primeiro presidente, é onde o escritor ganhará as maiores reverências, desde lançamento de livros, ciclos de debates sobre sua obra, palestras e exposições, eventos estes que ocorrerão no decorrer do presente ano. A culminância se dará no mês de dezembro, com Mostra de filmes baseados na sua obra, organizada pelo cineasta e acadêmico Nelson Pereira dos Santos.

A Editora Record lançará, em 2008, diversas publicações em homenagem ao escritor, entre as quais: a coletânea Toda Poesia de Machado de Assis, organizada pelo poeta e professor Cláudio Murilo Leal; Almanaque Machado de Assis – Vida, Obra, Curiosidades e Bruxarias Literárias, organizado pelo escritor Luiz Antonio Aguiar e a reedição da biografia Vida e Obra de Machado de Assis, escrito por R. Magalhães Júnior.  

A Editora Globo reedita as três principais (consideradas) obras do autor, Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, com notas e prefácios de John Gledson (Inglaterra), Willi Bolle (Alemanha) e Abel Barros Baptista (Portugal).

Em julho, o Bruxo do Cosme Velho como era conhecido na época, estréia na TV do “Plim Plim”. A rede Globo de Televisão lançará a minissérie “Capitu”, escrita pelo novelista Euclydes Marinho, baseada no romance Dom Casmurro.

Dois projetos do Ministério da Cultura visam popularizar as obras de Machado de Assis, um em parceria com a ABL, pretende lançar todos os livros do autor a preços populares, entre R$ 3,00 e R$ 5,00; outro em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, visa distribuir a todas as escolas do país um CD-Rom contendo a Obra completa do autor.

A intenção segundo o escritor Luiz Antonio Aguiar é incentivar e apresentar a literatura do escritor, conquistar leitores para sua obra, botá-lo na boca do povo. Afinal, na opinião de muitos críticos, Machado de Assis tem fama de ser difícil, de só ser plenamente apreciado por quem tenha mais de trinta anos, o que não é uma regra geral. Lembro quando aos 17 anos li Dom Casmurro pela primeira vez, apaixonei-me pelo romance, e, por meio dessa obra singular, mergulhei no mundo dos livros. Li naquela época quase todas as principais obras de Machado de Assis – e tomei gosto pela leitura.

Com certeza todas essas homenagens ao autor, previstas para 2008, o ano Nacional Machado de Assis, em muito orgulharão o povo brasileiro, pois um filho seu, de origem modesta, mestiço – era filho do mulato Francisco José de Assis, descendente de escravos alforriados, e de Maria Leopoldina Machado, uma portuguesa da ilha de São Miguel – epilético e gago, e que não pôde freqüentar a escola regularmente, deixou um exemplo de vida e superação, não só pelo talento, mas pelo esforço, tenacidade e perseverança, e tornou-se imortal, fruto de seu trabalho e de sua criação, uma Obra singular e genial, hoje conhecida e reconhecida no mundo todo.

 

 

*Professor MS em Economia Industrial pela UFSC, e, Vice-Reitor da UNIUV.

por: UNIUV

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