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ARTIGO – Dia do Jornalista – 7 de abril
O jornalista é um profissional culto, um intelectual, que acompanha as novidades e as apresenta ao público, na rádio, na televisão, na internet, nos jornais. É graças a um trabalho consciente, ético e responsável que esse profissional mantém informado o seu público.
Para expor seus textos precisa elaborá-los com cuidado, contando com o apoio da moderna tecnologia, sempre atento ao tempo, que o faz agir rapidamente, embora sem liberá-lo da exigência de qualidade e veracidade dos dados.
Todo sujeito da comunicação precisa assumir o que diz, e com o jornalista não é diferente. Aplica atitudes científicas: para ter certeza das informações, faz pesquisas e entrevistas, verifica documentos, participa de eventos. É um campo vasto de trabalho, podendo haver especializações: jornalismo cultural, literário, econômico, esportivo, político, entre outros.
Essa profissão resulta da curiosidade humana, na busca de participação na realidade, de forma crítica. “O homem que compra jornal depende, porém, de todas essas informações. Sua vida completa-se com elas. O jornal substitui o pajé: sabe tudo, diz onde estão as coisas, ensina os caminhos poupando tempo, indagações inúteis”, afirma Cecília Meireles, em Crônicas da Educação.
Presta um serviço público, diz Alberto Dines. E seu dever fundamental é para com a sociedade, segundo Clóvis Rossi. Alberto Dines é um digno exemplo dessa categoria nos dias de hoje, conduzindo, de forma responsável e elucidativa, um programa de debates na TV Cultura: Observatório da Imprensa.
Muitos jornalistas têm-nos legado excelentes obras sobre fatos, dos quais tiveram oportunidade de fazer cobertura, como Asne Seierstad (com O Livreiro de Cabul), Júlio César Lima (com O Retrato da Paz), Charles Anderson Gauld (com Farquhar, o último titã), John Hersey (com Hiroshima). E a lista seria sem fim.
É por meio das grandes reportagens que sentimos o mundo bem perto de nós, vibramos com os vitoriosos, sofremos com os que sofrem, tomamos partido em questões polêmicas. Ler Hiroshima, por exemplo, é viver, por empatia, a dolorosa experiência do resultado destrutivo da bomba atômica, na segunda guerra mundial. Assistir aos bombardeios no Afeganistão permite à humanidade refletir mais profundamente sobre seus atos. Fazer reportagens entrevistando os moradores de favelas põe às claras os modos de vida daquele povo sofredor, suas aspirações e tormentos. E quantos jornalistas não morreram no cumprimento de seu dever de acompanhar a vida em todas as suas transições.
O próprio Dia do Jornalista lembra, no Brasil, um jornalista assassinado em São Paulo, no dia 7 de abril de 1830, durante uma passeata estudantil. Mais recentemente, temos o caso de Tim Lopes. E quanto mais o jornalista estiver consciente de sua missão, mais arriscará sua vida, investigando fatos de interesse coletivo. Pois quantas mudanças podem ocorrer devido a uma linha de jornal!
* Mestre em Lingüística, Pró-Reitora de Extensão e Cultura, Professora Assistente e Presidente do Conselho Editorial do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv), e membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi).
Texto publicado na coluna Questões de Estilo, na edição online 489, do Jornal Caiçara, de 4 de abril de 2007.
Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br
por: UNIUV
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