A cada dia que passa, a pesquisa científica procura soluções para os problemas da sociedade mundial. Assim, cada vez mais jovens buscam esse campo, não só para se especializar ou aumentar o seu currículo lattes, mas sim pensando na construção de bens para a coletividade.

Pode-se perceber na palestra de abertura do XII Encontro Anual de Produção Científica (EnAProC), do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv),no dia 27, esse despertar para a pesquisa nos acadêmicos presentes para ouvir Caio Moreira Guimarães, um dos jovens mais influentes do Brasil, com menos de 30 anos, segundo a Forbes. Um jovem, que desde pequeno se interessava pela pesquisa e se dizia “cientista maluco”. Vindo de família simples, desde cedo teve que batalhar para ajudar em casa e com muita perseverança, usando o programa de bolsas de estudo Ciências sem Fronteiras, realizou o sonho de estudar fora do Brasil e estagiar em Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Mas o sonho não foi realizado com facilidade, após mandar dois mil e- mails para professores responsáveis pelos laboratórios de pesquisas das instituições e receber só a resposta não, uma amiga lhe indicou um laboratório que era a parceria entre as instituições e que poderia ser sua chance de estágio de verão. “Mandei um email diferenciado pra o chefe desse laboratório, o Dr. Yun, gastei mais tempo nesse email que nos outros. Depois que enviei, recebi uma resposta alguns minutos depois, onde ele perguntava se eu tinha documentação necessária pra trabalhar e se eu já me encontrava nos Estados Unidos. Imediatamente, respondi com os meus documentos em anexo. Por uma semana não tive resposta e numa sexta-feira resolvi ligar para o Doutor. Liguei e me apresentei como o rapaz que tinha pedido uma vaga no laboratório e ao final da conversa, ele me pediu para enviar mais duas cartas de recomendação de professores meus, esperei a resposta por 10 dias e resolvi ligar de novo. Liguei de três números diferentes e ninguém atendia, acabei reenviando outro email, que foi respondido com uma carta convite para trabalhar com Dr. Yun”, conta.  

Após todo esse percurso, Guimarães esteve reunido com cinco pesquisadores e escolheu em qual linha de pesquisa participar. Reunia-se no laboratório com médicos, que estavam desenvolvendo um equipamento que fosse capaz de erradicar infecções sem uso de antibióticos. Durante os cinco meses de trabalho, o jovem de apenas 24 anos, graduando de Engenharia Elétrica em Pernambuco, desenvolveu o protótipo de uma “lanterna medicinal” portátil capaz de erradicar infecções provocadas por bactérias resistentes a antibióticos, usando apenas algumas frequências de luz. O acadêmico foi premiado por Harvard e MIT pelo invento. Hoje possui duas empresas na área biotecnológica que desenvolve produtos e tratamentos que usam fototerapia.

Ao final da palestra, Guimarães elogiou a Uniuv e disse que os acadêmicos são privilegiados. “Vocês tem sorte de ter uma reitoria jovem e que é fora da caixa, ou seja, que tem ousadia. Alguém que pensa pra frente e vê que as coisas não podem ficar paradas, precisam ser despertadas dentro de cada um para acontecer”, relata.

Segundo o Reitor, Alysson Frantz, um jovem de 24 anos inspirou não somente aos alunos, mas também a reitoria e toda a equipe da Uniuv. “Ele nos trouxe a característica do desafio, o conceito pessoal de que a sorte deve ser construída, aproveitando as oportunidades que estão sob nossos olhos. Por vezes não conseguimos ver essas oportunidades, abraçá-las e realmente aproveitá-las. Ele nos serviu de inspiração, pois está na faixa etária do público presente e trouxe toda essa jovialidade na conversa, nos exemplos, nos relatos, jovialidade esta que faz parte do novo momento da Uniuv. A jovialidade caminha com a ignorância sobre as amarras e medos, o que nos permite ter mais audácia, mais coragem, ousar e enfrentar alguns riscos, de maneira responsável e serena, ciente das consequências. Com essa postura, não mantemos o mesmo curso das coisas esperando mudanças, pelo contrário, conseguimos mudar o curso do pensamento, fazemos diferente e encontramos a transformação que recai em grandes resultados. Dessa forma, conseguimos construir a nossa própria sorte e enfrentar os vários desafios que surgem a cada dia”, expressa. 

Na quarta-feira (28), aconteceram na instituição a apresentação dos trabalhos em comunicação oral e painéis, que contam com a participação de acadêmicos e professores da Uniuv e de outras faculdades. Em sua 12ª edição, o EnAProC vem se consolidando como um espaço que privilegia a divulgação do conhecimento produzido pela comunidade universitária e nesse ano, houve recorde no número de inscrições. 

por: Thaina da Cruz