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ARTIGO – Ensinar a viver?


Todos, de certa forma, ensinam a viver. Mas os pais e a escola são os mais cobrados, porque são mestres o tempo todo, pelo privilégio do convívio prolongado com o aprendiz. O xis da questão está na formação ética que perpassa o aprender a ser, a conviver, a participar e a habitar o mundo, como sugere Josep Martia Puig, um dos maiores especialistas em educação moral, na Espanha.


Saber fazer é um conjunto de habilidades, capacidades ou virtudes que não se aprendem com discursos, mas pela observação, prática, exercício e reforço. Uma vida digna não vem apenas do saber fazer, mas de assumir essas habilidades e atitudes como valores apreciáveis e comprometer-se a aplicá-los corretamente. Daí que o afetivo e o cognitivo se fundem para que a teoria e a prática não se distanciem, mas incrementem uma à outra.


Se a escola criar uma cultura de transmissão de valores, encontrará muitas formas e oportunidades para que eles vão-se arraigando e tornando-se motivo de valorização pessoal e coletiva.


Precisamos de pessoas que reflitam, que respeitem o outro, que dialoguem com tranquilidade, que assumam compromissos, que sugiram atividades e as realizem, que valorizem o conhecimento como construção pessoal, centrada em princípios éticos.


Clóvis de Barros Filho, jornalista e advogado, desenvolve essa ideia na obra: Vida que vale a pena ser vivida. Parece que tudo isso está longe da realidade atual, e que é preciso refundar a esperança no espiritual, no moral e no ético. A complexidade da vida moderna exige pessoas equilibradas, de bases firmes, que se importem com o social, que apreciem a vida e que queiram tornar o meio, por onde circulam, um tanto melhor.


Se pais e mestres, em reuniões frequentes, escolherem alguns valores essenciais e, conjuntamente, buscarem sua concretização, serão essas práticas a semente para muitas outras, porque à sombra de uma árvore frondosa não se criam as ervas daninhas.


Como diz Neruda, em seu poema Solo El hombre, só os homens podem ajudar uns aos outros:


“Solo el hombre./ No  sé como se llama./ Era tan pobre como yo, tenía/  ojos como los mios, y con  ellos/ descubria el camino/ para que outro ombre pasara./ Y aqui estoy./ Por eso existo./ Creo que nos juntaremos en la altura./ Creo / que bajo La tierra nada nos espera,/ pero sobre La tierra / vamos juntos./ Nuestra unidad está sobre La tierra.”


 


* Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi) e da Academia de Cultura Precursora da Expressão (Acupre), professora de Língua Portuguesa, no Colégio Técnico de União da Vitória (Coltec), e nos cursos de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv. Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

por: UNIUV

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