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ARTIGO – Globalização dos alimentos

Estamos atravessando uma  crise de alimentos, e ela se deve não apenas ao desabastecimento mundial baseado na produção limitada e na demanda cada vez maior, mas também se deve em parte ao preço do petróleo que bate recorde atrás de recorde.

Mas como o petróleo influencia no preço dos alimentos? – Simples, com as altas do petróleo, a tendência é aumentar a demanda por combustíveis alternativos, como o etanol, que aqui no Brasil é produzido a partir da cana-de-açúcar, que tem uma alta produtividade na relação litros/tonelada/área de plantio. 

Os Estados Unidos, vendo-se forçados a buscar também combustíveis alternativos, vieram até o Brasil em 2007 buscar a tecnologia do etanol, porém não produzem cana-de-açúcar, sendo assim, tiram o etanol do milho, que exige uma área maior de plantio e tem uma produtividade menor. Então muitos produtores americanos de cereais que destinavam a sua produção à alimentação, tanto do mercado interno americano quanto à exportação, diminuíram a área plantada destinada à produção de alimentos, e voltaram-se para o milho remetido ao etanol. Para incentivar a produção do biocombustível, o governo americano concede subsídios aos agricultores, pois quanto maior a autonomia americana em combustíveis, menor a dependência econômica para com o resto do mundo, já que  grande parte do petróleo utilizado por eles é importada.   

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra brasileira de grãos em 2008 ultrapassará em 7,2% a de 2007, lembrando que 90% da safra correspondem a arroz, milho e soja (da qual o Brasil é o segundo maior produtor de soja, atrás apenas dos EUA).

Se somente utilizássemos a Lei de mercado, os preços deveriam cair proporcionalmente ao aumento da quantidade ofertada, mas a política de preços praticados aqui é também determinada pela praticada no mercado externo. Estando os preços lá mais altos que aqui, o produtor preferirá logicamente exportar, diminuindo a oferta de produto no mercado interno e forçando uma alta até uma equiparação interno-externa. E quem paga a conta é o consumidor final.



*Acadêmico do 3º semestre do Curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv).

por: UNIUV

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