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ARTIGO – O Contestado em Santa Cecília


De 25 a 29 de outubro, será realizada, pela terceira vez, em Porto União e em União da Vitória, a Semana do Contestado, por iniciativa do Instituto Memória do Contestado em parceria com a Empresa Cênica Artes e Eventos.


A Uniuv participa dessa Semana de aprofundamento da questão, com uma palestra por José Eloí Goetten, autor do livro “Raízes de Santa Cecília: a Saga do Contestado vista pelos olhos de um ceciliense.”


O autor é descendente de um dos primeiros moradores daquele local. Sua obra, acompanhando a história da família e do crescimento da cidade, inclui os ataques às propriedades e massacres humanos por lá havidos.


José Eloí entrevistou pessoas idôneas, conseguiu valiosas fontes escritas, como a obra de Herculano Teixeira D’Assumpção, oficial do Exército que passou por Santa Cecília, combatendo os jagunços e, ao terminar o conflito, lançou, em 1917, o livro “A Campanha do Contestado”, um dos melhores depoimentos de uma pessoa que presenciou e documentou o que realmente aconteceu na região.


A obra relata costumes, feitos, heroísmo, crenças, ataques inesperados dos seguidores de João Maria, o trabalho do Exército.


Como em Porto União temos um remanescente desse tempo, o Pocinho de João Maria, onde muitos batizam seus filhos, antes de levá-los à Igreja, lá em Santa Cecília há bem viva a lenda do Negrinho do Pastoreio, havendo, na fazenda do autor e de seu irmão Fúlvio, uma capela em homenagem ao Negrinho. Ali as pessoas rezam e pagam promessas. Esse local fica na Rota dos Tropeiros próximo ao Rio Grande do Sul, de onde teria vindo a crença. Ali o Negrinho teria sido chicoteado e morrido de frio, em noite de forte nevasca.


A Uniuv promoveu, em 2008, palestra com o pesquisador João Batista Ferreira dos Santos, autor de “A História de Calmon na Guerra do Contestado”. Em 2009, tivemos a palestra com o Prof. Eloy Tonon, que publicou ”Os Monges do Contestado”, fruto de suas intensas pesquisas de doutoramento.


Agora, dia 27 de outubro, quem proferirá palestra será o Senhor José Eloí Goetten, um ceciliense ilustre, que narra detalhes da História, resgatando depoimentos cheios de sentimentos, que permitem ao leitor avaliar a dimensão do conflito, que ainda merece ser estudado mais a fundo, por todos os ângulos. Não é sem razão que tantos estudiosos buscam o que falta para a plena compreensão dele.


Diriam alguns: Para que saber sobre o Contestado, se hoje está tudo resolvido? A verdade é que a História não para, e quem quiser entendê-la, hoje, precisa pesquisar, ler, participar de palestras sobre o assunto. Para entender, por exemplo, por que, enquanto Porto União celebra 93 anos de existência, União da Vitória faz 120, precisamos entender o Contestado e suas consequências.


Irene Rucinski, Membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu, também dedicou-se a essa busca de luzes, com a obra “Campanha do Contestado: no portal do paraíso.”


Graças ao trabalhos dos intelectuais, podemos conhecer a oração do Monge João Maria, osdepoimentos do General Setembrino, a ordem de assalto a Corisco, encontrada no bolso do cadáver Francisco Camargo, vulgo Chico Pitóca, que chefiou o ataque àquela localidade, entre tantas outras informações.


Acompanhando as Semanas do Contestado, adquirindo essas obras, lendo-as com carinho, teremos noção do acontecimento. E mais amor a nosso povo, em que tanto os pacíficos moradores dos lugares atacados, como os revoltosos e militares, agiram, tentando resolver sua situação.


 


* Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), pmembro da Academia de Cultura Precursora da Expressão (Acupre), professora de Língua e Literatura nos cursos  de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv. Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

por: UNIUV

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