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ARTIGO – O cordelista e as placas





José Eduardo Camargo e L. Soares, jornalista e cordelista, respectivamente, publicaram uma obra chamada O Brasil das Placas – Viagem por um país ao pé da letra, pela Panda Books (2007).

José Eduardo teve a oportunidade de percorrer boa parte do Brasil e coletar fotos, nos seus contextos, mostrando a capacidade comunicativa do povo brasileiro, independente do grau de escolaridade.

Como criatividade e humor reúnem pessoas afins, o cordelista cearense L. Soares fez uma leitura poética bem humorada de cada imagem. E a obra é interessantíssima e sem preconceito. Atente-se para esta página da obra e para os versos de L. Soares.

 

 

Os textos do cordelista apresentam letras maiúsculas e minúsculas, em alguns momentos, tipos que imitam o manuscrito, com traços invertidos, ortografia conforme a fala. E o comentário completa a interpretação humorística do poeta. Aprecie esta página:

 

 

Após apreciar uma obra dessas, com estudantes de nível fundamental ou médio, é bem possível fazer algo semelhante, a partir da nossa região. Passar um olhar atento nas placas e cartazes, brincar com a língua, brincar e aprender, verificando como todo texto (verbal ou não verbal), num contexto, comunica, e passa junto um pouco do sujeito que o produz (sua cultura, seu caráter, sua visão de mundo…)

Criar os poemas em forma de cordel, ou de trovinhas, seria a criatividade dos estudantes. Assim, noções de língua falada e escrita, de variedades linguísticas, registros, gírias, de cultura, importância da situação na comunicação, tudo isso seria, de fato, compreendido, e interessante.

Às vezes, há placas bem posicionadas e de boa qualidade, mas ambíguas, por exemplo:

 

 

Esse livro uniu dois artistas, que trabalharam com muito humor e simplicidade, fazendo, como diz o apresentador da obra, Caco de Paula, “uma mapografia das placas, no país das piadas muitas vezes prontas, com ou sem rima, ortografia ou sentido.” É algo de muito original e inteligente.

 

 

 

*Mestre em Linguística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), membro da Academia de Cultura Precursora da Expressão (Acupre), professora de Língua e Literatura nos cursos  de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv. Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

Este texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, da edição impressa de 5 de março de 2010, do Jornal Caiçara.

 





por: UNIUV

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