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ARTIGO – Quando é o tempo ideal para ampliar o vocabulário infantil? Como fazer isso?



Desenvolver o conhecimento de palavras pela criança, desde recém-nascida, é importante, segundo especialistas. Ela vai-se desenvolver mais no decorrer de sua vida, dando-lhe aparência de inteligência superior.

Dr.a Mia Kellmer, dos Estados Unidos, no livro O que uma criança precisa aprender, aconselha as mães a lerem para seus filhos, mesmo antes de entenderem o que está sendo lido, e a conversarem com calma com a criança, durante todo o tempo em que estiverem com ela, explicando o que está sendo feito. Nas compras, também, ir dizendo ao pequenino o que está comprando e por quê. Ou durante viagens…

Um casal inglês, aconselhado por um psicólogo e um técnico em educação, fez essa experiência com dois de seus quatro filhos, que, no decorrer de seu desenvolvimento, foram considerados gênios, comprovando a tese. Nesse caso, os pais só conversavam com as crianças, constantemente, desde o nascimento.

Dr. Gordon Shiarch demonstrou que o modo como as mães conversam com os filhos até os dois anos de idade reflete na satisfação com que recebem o restante da educação futura, na escola.

Falar com sensatez, ouvir com atenção, olhando para a criança, é uma metodologia. Dr. M. C. Templin, psicólogo norte-americano, estudou a fala das crianças e concluiu que têm possibilidades sem limites de aprender a falar e a compreender palavras novas, desde bebezinhos. Ele constatou que os que ouviram leitura de livros e conversas entre 13 e 30 meses de idade obtiveram um vocabulário melhor que as outras. E que a leitura é mais eficiente que a conversa, nesse caso, embora ambas ajudem.

Os psicolinguistas aconselham todas as pessoas da família a conversarem com a criança e a deixarem falar, ouvindo-a com interesse, prestando atenção.

Lucy Calkins, em A arte de ensinar a escrever, mostra a relação dessas competências da fala com a aprendizagem da escrita: “Também sei de pré-escolas onde as crianças sabem menos do que eu suspeitava. Geralmente, estas crianças vêm de lares onde os pais não leem e não têm livros, e de famílias que não têm tempo para falar com os filhos e que não têm tempo para escutar o que têm a dizer.” Com essas crianças, Calkins propõe que se transforme a sala de aula, em aulas de cultura literária, fazendo que os alunos se transformem em leitores e escritores, desde o primeiro dia de aula.

É com base nessas evidências que Lúcia Lins Browne Rego, em Literatura Infantil – uma nova perspectiva de alfabetização na pré-escola, menciona a importância tanto das leituras de histórias feitas em casa, para as crianças, quanto as da escola. E que, gradualmente, a criança passa a recontá-las de forma mais parecida com a original, adquirindo o vocabulário, o estilo, as estruturas frasais, as possibilidades contextuais de uso das expressões aprendidas.

Na aquisição da escrita também acontece algo semelhante, em vez do papaguear da fala inicial são os rabiscos, depois as gravuras, e aos poucos, por hipóteses, ela vai começando a entender o processo da escrita, bem como a linguagem própria, não coloquial.

Essas pesquisas reforçam o papel da leitura de histórias para crianças, como cuidado com sua ampliação de possibilidades futuras. A mãe ajuda a aprender a andar, a falar, e tudo mais, sua função é sempre mais bem reconhecida. E as escolas maternais e infantis também descobrem que lecionar para os pequeninos é compromisso com seu sucesso e alegria de viver. Ainda mais nesta época em que o tempo parece escasso, pode parecer perda de tempo querer falar e ouvir crianças, mas não o é. É o melhor modo de ganhar tempo nos estudos que se seguem, quando se precisa de atenção e concentração especiais



*Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), professora de Língua e Literatura nos cursos  de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv.

Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

Esse texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, da edição impressa nº. 2.039, de 24 de abril de 2009.

por: UNIUV

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