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ARTIGO – Suaves alterações ortográficas
Para começar, reconhecemos as letras k, w, y como pertencentes ao nosso alfabeto. E vamos continuar usando-as, como fazíamos, em palavras de origem estrangeira e símbolos de medidas internacionais. Ex.: William, Kafka, km, kg.
O trema será usado apenas em nomes estrangeiros e seus derivados. Ex. Bühner, Kürten, Wagenfhür, Müller, Krüger.
Não se acentuam graficamente as paroxítonas com os ditongos abertos tônicos ei, oi. Anteriormente eram acentuados vocábulos como idéia, assembléia, heróico, jóia, platéia. Hoje, só se forem vocábulos oxítonos ou monossílabos tônicos, como papéis, anéis, herói, mói, rói, constrói, chapéu.
Não se coloca mais acento gráfico no i e no u tônicos que vierem depois de ditongo, em palavras paroxítonas, como feiura, baiuca. Sem o ditongo antes de u e i tônicos, continua-se usando o acento gráfico. Ex.: saúde, raízes, saída. Se a palavra for oxítona, o acento deve ser grafado: Piauí, tuiuiú.
Não são mais acentuados os grupos ee e oo, como: doo, voo, veem, leem, creem, deem.
Acento diferencial apenas em pôde (passado de poder), para diferenciar de pode (presente de poder) e pôr (verbo) para diferenciar de por (preposição).
Continuam os acentos que diferenciam singular e plural do presente dos verbos ter e vir e seus derivados: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele mantém, eles mantêm; ele convém, eles convêm.
Quanto ao uso do hífen, parece-me que ficou mais fácil, pois a regra geral é não usá-lo para unir prefixos ou radicais gregos ou latinos, salvo que coincida a mesma vogal ou consoante com a do termo seguinte. Ex.: extraescolar, autoescola, socioeconômico, agroindústria, infraestrutura. Mas anti-inflamatório, micro-ônibus, micro-organismos, auto-observação, contra-ataque; inter-regional, sub-bibliotecário, super-resistente, hiper-requintado.
Diante de h, r, s, era colocado o hífen, porém agora, só diante de h, porque diante de r e s, unem-se os termos duplicando-se o r ou s. Ex.: semirreta, cosseno, biorritmo, antirrugas. Então, vamos esquecer o que sabíamos e aprender a novidade, dobrar o r e o s. O h, no entanto, continua sendo precedido de hífen, exceto no caso de subumano, que já foi abolido há tempo. Ex.: mini-hotel, anti-histórico, ultra-humano. O sub também continua sua norma anterior: sub-região, sub-roda, para evitar sílaba indesejada. Pelo mesmo motivo, circum e pan continuam com o hífen antes de vogais, de m e n: circum-navegação, pan-americano. Bem e mal são ligados por hífen diante de vogal e h, para também não surgirem sílabas não desejadas. Ex.: bem-estar, mal-humorado, bem-aventurado.
Já não se usava hífen em compostos como girassol e pontapé. Esse rol vai ser aumentado, com termos como paraquedas, mandachuva e outros, a serem estudados e apresentados no novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, por lingüistas, após estudo minucioso de cada caso.
Se na passagem de uma linha para a outra houver partição da palavra coincidindo com o hífen, para clareza, ele deve ser repetido no início da linha seguinte. Como se percebe, a maior parte das normas da nossa ortografia permaneceu. Há os casos facultativos, devido ao timbre aberto da vogal tônica em certas variantes do português, como em amamos (presente) e amamos (passado), fenómeno ou fenômeno.
Para maiores explicações, a Editora Melhoramentos, oferece um Guia Prático da autoria de Douglas Tufano, que pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.livrariamelhoramentos.com.br/Guia_Reforma_Ortografica_Melhoramentos.pdf
*Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), professora de Língua e Literatura nos cursos de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv.
Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br
Esse texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, da edição impressa nº. 2.023, e na edição on-line nº. 523 do Jornal Caiçara, de 28 de novembro de 2008.
por: UNIUV
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