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Henrique Szklo dá uma aula de criatividade e humor na abertura do 7º Giro da Comunicação da Uniuv



Individual ou coletiva, a criatividade não tem a ver com dom divino, mas com quebra de padrões e um olhar sob novas perspectivas. Em síntese, foi essa a mensagem da palestra realizada pelo escritor de humor, publicitário, designer gráfico e professor Henrique Szklo, na abertura do 7º Giro da Comunicação, realizada no piso superior da Biblioteca João Dissenha, do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv), terça-feira, 10. Além de estudantes de Comunicação Social, acadêmicos de Secretariado Executivo e Administração também participaram da palestra.

O tema da palestra, O grande milk shake e os canudinhos mentais, é título do seu livro mais recente e primeiro de não-ficção, publicado há dois anos. Utilizando-se de uma grande metáfora, Szklo compara o inconsciente coletivo, teoria desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, a um grande milk shake do qual todos podem provar. Os canudinhos mentais são o meio pelo qual as pessoas podem se conectar a toda informação e imagens comuns que fazem parte da psique universal. Segundo o palestrante, o que vem pelo canudinho é a expressão do inconsciente coletivo. “Deste, todos nós bebemos, alguns com canudos mais largos, outros com canudos mais finos e ainda outros que, desacostumados, simplesmente não bebem”, assim explica sua teoria.

O objetivo da palestra é apresentar e fundamentar as bases teóricas da criatividade de forma divertida e surpreendente, derrubando o mito de que a criatividade é um dom de poucos. Para falar de criatividade, Szklo utilizou experiências pessoais e demonstrou que o ser humano vive um conflito interno entre o padrão – apelidado de Pedrão – e o espírito criativo. Para o publicitário, esse contraponto é compreensível, pois manter o padrão é questão de sobrevivência, enquanto as manifestações do espírito criativo geram insegurança, desconforto e desequilíbrio.

Idioma, comportamento, cultura, relacionamento, ações e reações. O padrão é o oposto da criatividade, tudo o que se sabe ou acha que se sabe, coisas que se faz automaticamente, sem precisar pensar muito. Szklo comparou o padrão com um trem que não sai dos trilhos e só pára no local de destino. Para ele, criar é descarrilar o trem, fazer algo de que não se tem referência anterior, dialogar com o desconhecido, sair da zona de conforto para enfrentar a insegurança, o desequilíbrio, a sensação de exclusão social e colocar o cérebro para trabalhar.

Ferramenta de sobrevivência

“Usando a criatividade Davi enfrentou Golias e se deu bem”, exemplifica o palestrante. Davi não pensou no risco que corria pelo fato de Golias ter uma aparência maior e mais forte do que a dele. Da mesma forma, a regra é fugir do conservador “Pedrão” durante o processo criativo e não ter medo do risco, pois ele é inerente a esse processo.

De acordo com Szklo, a visão de mundo do ser humano é igual a sua visão física, portanto ele conhece o que está próximo, dentro do seu ângulo de visão, e esse é o seu padrão. “Fora do padrão é tudo o que está fora do nosso ângulo de visão”, afirma. Ser criativo, portanto, é observar o mundo via satélite, ir além e olhar o que se conhece, por outros ângulos.

Contudo, o profissional de criatividade precisa se colocar no lugar do outro e exercitar o pensamento lateral, conceito de Edward de Bono, citado pelo palestrante, procurando trabalhar próximo da área de conforto, pois de um modo geral as pessoas não aceitam muito bem o que passa muito desse limite.

Sobre o bem–humorado palestrante

Conhecido por sua irreverência, o mineiro que atualmente mora em São Paulo, Henrique “Carneiro” Szklo, contou um pouco sobre a origem do seu sobrenome que, apesar do significado simples (vidro), possui uma pronúncia que poucos acertam de primeira (segundo ele, pronuncia-se xczsqkclóh). “Carneiro” é o nome pelo qual é conhecido, segundo ele, herança de uma época de cabeleira farta e enrolada, cujas fotos os presentes puderam comprovar no telão. É também sob esse “pseudônimo” que Szklo assina alguns de seus livros de ficção, cujo lucro nas vendas, segundo o escritor, ainda não são o bastante para que sobreviva apenas desse trabalho. Atualmente, voltou a atuar como diretor de criação na Agência 1, em São Paulo.

Szklo é autor de sete livros, Só porque criou o mundo pensa que é Deus (1999), Só porque criou o mundo pensa que é Deus – 2ª. tentativa (2001), Prosaico – contém um deprimido (2004), A Dieta do Son of a Bitch (2004), Minutos de estupidez (2005), Mi Xing (2005) e O grande milk shake e os canudinhos mentais (2006). Em 2004, lançou sua própria editora, a Ópera Bufa que, atualmente, possui parceria com a Via Lettera Editora. Nesse mesmo ano, criou, também, o Ópera Bufa Zine. Ministra um workshop de redação criativa, desde 2005, chamado Oficina do Diabo, que evoluiu para Academia de Criatividade, um Centro Avançado de Desenvolvimento do Pensamento Criativo, que oferece cursos, palestras, eventos e consultoria empresarial.

Escreve no blog Blônicas, ao lado de cronistas consagrados como Xico Sá, Edson Aran, Leo Jaime, Ailin Aleixo, Rosana Hermann, Castelo e Milly Lacombe. Em parceria com a Banca das Camisetas, produz as Fabulosas Camisetas Autodestrutivas do Doutor Carneiro. Trabalhou como redator na Rádio Jovem Pan 2, nos programas Pânico e Paulo Jalaska. Seu livro Minutos de Estupidez recebeu o prêmio Terça Insana de humor, em 2006.

Giro da Comunicação

Além de acadêmicos de Comunicação Social, da Uniuv, participaram da palestra estudantes de colégios e de outras instituições de ensino superior. Foram perto de 150 pessoas que deram boas risadas e conheceram um pouco da visão de um experiente publicitário, atuante em um grande centro como São Paulo, sobre criatividade.

Diferente dos outros anos em que o Giro da Comunicação era realizado aos finais de semana, além da palestra com Henrique Szklo, este ano foram ofertadas sete oficinas diferentes, durante duas noites letivas, para oportunizar a participação de estudantes que não moram em União da Vitória. As oficinas foram realizadas na quarta-feira, 11, e na quinta-feira, 12.

Confira a cobertura completa, com textos, vídeos e fotos do 7º Giro da Comunicação, no blog do curso: http://comunicacaouniuv.com.br

por: UNIUV

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