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ARTIGO – Relevância cultural



Fazer uma grande reportagem é saber ouvir e compreender o que se passa, deixando às claras o que mal se entrevê, no dia a dia, na pressa do olhar, sem observar, e do escutar, sem nada ou pouco ouvir.

É um exercício de humanismo, do coração, do olhar, do ouvido, da captação do implícito, da busca por mais um pouco. Ela tem duas faces, a do convívio com as pessoas-fonte, da pesquisa, da reflexão, e a da escrita, numa linguagem fluente, agradável, estética. Como diz Helena Kolody, a poetisa cruz-machadense: “Ouvir / como quem abraça e beija / a alma solitária/ dos que ninguém escuta./ Ouvir com o coração/ a confidência,/ a queixa,/ a longa história/ dos isolados/ pela indiferença alheia./ Ouvir com os olhos/ afirmar:/ eu compreendo.”

Com essa lição na mente, segue o jornalista para suas buscas por aprofundamento de um tema que lhe tocou a alma, a partir, quem sabe, de um triste olhar, de uma dolorida palavra.

A Uniuv tem, no Curso de Jornalismo, realizado vários gêneros de trabalhos para tevê, rádio, jornal, cinema, livro, internet. E tem a satisfação de publicar alguns, em forma de Grandes Reportagens, para retorno social desse grande bem captado, como fios de sol, pelos especialistas no ramo.

Assim, dia 12 de dezembro, à noite, acontecerá, na Uniuv, o lançamento de mais um livro de grandes reportagens, de João Batista Ferreira dos Santos, e de Irmã Leôncia Pregunta. João Batista é calmonense (Calmon – SC) e Ir. Leôncia é filipinense. João Batista escreve sobre as lutas do Contestado em Calmon; e Leôncia, sobre a vida na comunidade de São Bernardo do Campo (Porto União – SC). Essas reportagens resultaram dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), sob a orientação segura da Mestra Ângela Maria Farah. A publicação é responsabilidade da Uniuv.

Também o jornalista Sidnei Muran, orientado pelo Professor Mestre Amauri Yamauti, com interesse de pesquisador nato, realizou o resgate da história da primeira Igreja Ucraíno-Católica da América Latina, situada em Mallet (PR). E, com patrocínio cultural da Itaipu Binacional, presenteará o público leitor com essa pesquisa histórica, em forma de Grande Reportagem.

Ainda nessa noite do dia 12, teremos a apresentação da obra Do Incentivo ao Motivo, de Adenilson César Ferreira, colaborador da Pormade (empresa parceira da Uniuv), inspirada nas mensagens televisivas do Professor Marins, e voltadas a seu trabalho na empresa. Lição de proatividade.

Portanto será um grande evento cultural, e a certeza de que nossa população está afinando os ouvidos para compreender o que acontece ou já aconteceu, no passado, e que importa refletir a respeito. A empolgação intelectual terá nova rebentação, com o lançamento, dia 18, também na Uniuv, de uma originalíssima obra, de Irene Rucinski, Campanha do Contestado: no portal do paraíso.

E, ainda neste sábado, dia 5 deste mês, Lore Gaebler Neumann, lançará, festivamente, em Porto Vitória, Sonhar é ir além de sonhar. Ela ouviu, viu e vivenciou aqueles tempos idos, cujo protagonista era seu pai – ligeiro no pensar o bem coletivo – e, mais ligeiro, – no concretizar aqueles pensamentos. Um líder altruísta, disponível, benemérito.

Encerramos com palavras de Helena Kolody, em Entrevista: “Desfiou todo o rosário/ das mil desventuras dela. / E o repórter, solidário/ botou luto na lapela.”



*Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), membro da Academia de Cultura Precursora da Expressão (Acupre), professora de Língua e Literatura nos cursos  de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv.

Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

Esse texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, da edição impressa de 4 de dezembro de 2009, do Jornal Caiçara.

por: UNIUV

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