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Mensagem de fim de ano – Pastoral Universitária
Chegou o final do ano letivo… provas, trabalhos, notas, avaliações…
Olhar para o semestre que finda e saber que batalhamos o melhor combate; aproveitamos todas as oportunidades; tanto acertamos como erramos, mas, em todas as ocasiões, aprendemos um tanto a mais…
Assim é a vida. Ao ano que se finda, sucede já a esperança do ADVENTO. Tempo de lembrar que
NASCEU-NOS UM MENINO NA GRUTA DE BELÉM.
Assim como os três magos, trazendo ouro, incenso e mirra, O buscaram sem cansar, guiados por uma estrela, acesa em seus corações, nós também queremos O encontrar.
Mas o que significa partir em busca deste VALOR MENINO?
A linguagem metafórica nos ajuda a falar daquilo que realmente interessa.
Homero narra na ODISSEIA, cantos XI e XII, o mito das Sereias, envolvendo as peripécias da viagem de Ulisses, que buscava voltar para Ítaca e para os braços de sua amada e fiel esposa Penélope. Ele fora o idealizador da artimanha da invasão dentro do cavalo de pau, que possibilitara a vitória dos helênicos na Guerra de Tróia.
No canto XI Ulisses passa pelo Hades, o fundo dos infernos, e consegue sobreviver. Na sequência, Ulisses e seus marinheiros navegam até a ilha de Circe, que os alerta sobre todos os perigos que passarão na viagem. Fala do especial cuidado que devem ter com o “mar encantado das sereias” e aquele canto maravilhoso que os enganará e os conduzirá à morte, caso eles não permaneçam firmes no desejo de voltar para o LAR.
Antes de se aproximar desse mar, os marinheiros colocam cera nos ouvidos, a fim de não serem ludibriados pelo som que vem do mar. Mas Ulisses quer enfrentar o desconhecido… quer conhecer o “canto das sereias”. Para isso manda que os seus marinheiros o amarrem no mastro do navio e, assim, apesar de enfeitiçado, ele resiste, e passa incólume, ao largo do “canto das sereias”.
O que significa este “mastro”? O que significam as “cordas”? O que significa a ajuda obtida dos marinheiros, uma vez que Ulisses não se “seguraria sozinho”, a fim de resistir às tentações do canto das sereias?
O mito está a falar de VALORES, tão firmes quanto o mastro, e de laços indissolúveis que amarram a pessoa aos princípios de uma vida digna. Esses VALORES são compartilhados, na família, na escola, no círculo de amigos, na internet, enfim, onde a pessoa estiver. Pautar a própria vida e agir motivado pelos VALORES, significa ser uma pessoa fidedigna, que age com responsabilidade, procura sempre o bem e foge do engano da vida fácil.
Aristóteles já falara que o objeto da Ética é a felicidade. Cristo, o MENINO, veio nos contar que a verdadeira felicidade está em amar sem restrição. Fazer o bem, ainda que esteja ferido e magoado… o perdão, dar a outra face? … que loucura…
Amar o próximo como a si mesmo. O meu “próximo” é o “outro”, desconhecido, que fora assaltado, ferido e abandonado. O bom samaritano o acolhe, leva-o à estalagem, trata de suas feridas, entrega ao proprietário dinheiro, dizendo que tudo que gastar, na volta ele o restituirá. Emanuel Lèvinas chama esse “outro” de o “rosto”, aquele excluído, que assiste, de longe, ao diálogo amoroso travado entre “nós”, aqueles que formam um grupo de identidade cultural, e vivem os prazeres da sociedade de consumo, sem se importar com o “outro”.
A vida digna diz respeito a essa concepção ontológica de socialidade, a vida como respeito pelas pessoas presentes e futuras, a vida como respeito pelo habitat humano e pela conservação deste mundo humano.
Enfim…
cada um sabe a que tipo de “canto das sereias” deve resistir…
cada um sabe onde encontrar um “mastro” de arrimo…
cada um sabe quais VALORES eleger para obter uma boa vida…
QUE A SAGRADA FAMÍLIA, José, Maria e o MENINO, possam servir de inspiração como exemplos, para nossa vida.
Em nome de Jesus Cristo, pedimos a Deus que nos abençoe a todos. Um bom NATAL, excelentes férias e vamos voltar com tudo para o trecho do mar de 2011. Navegar é preciso…
por: UNIUV
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