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ARTIGO – Aos noivos e recém-casados
Sobre que rocha havemos de construir nossos lares? Os vendavais são constantes e vêm quando menos são esperados.
O amor verdadeiro é sinal do divino no humano e, quanto mais for cultivado, mais frutos renderá, na simplicidade da convivência diária, nos gestos recíprocos de acolhida, nas palavras e até no silêncio de cumplicidade, partilha ou perdão.
O casal que dialoga com interesse e compreensão, com empatia, vai-se harmonizando, e as intempéries diárias não os atingem com a mesma força com que devastam os que mantêm seu mundo pessoal encoberto por espessa nuvem de cansaço ou de preocupações diversas.
Quem cultiva seu amor não se esquece de agradecer a Deus, todos os dias, o presente recebido, na pessoa do outro e dos filhos. E, olhando para o universo, em redor, percebe que possui, em sua família, um tesouro inalienável, pelo qual vale a pena todo tempo despendido, todo olhar que vê além das aparências, toda escuta do que não foi dito.
Quem pode ameaçar uma família unida e comprometida entre si e com Deus? Nem vícios, nem pseudoamigos, nem trabalho, nem problemas financeiros, doenças… Essa casa está firme sobre a divina rocha. A conversa frequente com Deus e com os familiares vai, cada vez mais, consolidando o todo. Daí a importância do conhecimento de si mesmo, do conhecimento do outro, do cultivo das qualidades humanizantes e da vontade de ser sempre melhor esposo (esposa), melhor pai (mãe), cristão, cidadão.
Um rapaz apaixonado por uma jovenzinha, diante de algo que lhe desagradasse, costumava calar-se totalmente, por alguns dias, criando, com aquele silêncio enigmático, muito sofrimento a ela e aos demais membros da família dela. Para surpresa dos que o conheciam de perto e deploravam essa greve de expressão, o jovem, por iniciativa própria, procurou um psicanalista e, após um ano ou mais, deu-se alta desse tratamento. Um novo homem, alegre, acolhedor, companheiro da esposa e dos filhinhos foi crescendo naquele lar. Músicas, viagens, conversas com a família, trabalho criativo, foi o resultado da mudança. Os filhos são felizes e o casal segue tranquilamente na sua convivência calorosa em afetividade e alegria há mais de 20 anos.
Enquanto isso, quantas famílias não sobreviveram às imprevisíveis arestas do futuro? Foram levadas no redemoinho da existência. Para onde? Cada um para um lado… para a tristeza.
O casal que descobre o amor generoso, gratuito, solidário e libertador, proveniente da própria fonte do amor, terá na família seu autêntico paraíso, aberto à felicidade; não imaginária, mas real. Stuart Mill diz que “uma pessoa com uma crença é um poder social igual a noventa e nove que possuam apenas interesses.” Assim, a família que crê em Deus e em seus membros, possui 99 vezes mais energia para vencer os obstáculos que possam surgir, que as outras, que, lamentavelmente, perecem por inanição interior. Por que não experimentar dessa fortaleza?
Por que não se preparar melhor para o casamento? Por que não afastar-se do que o ameaça? E levá-lo a sério, como um bem maior, intransferível, evitando dolorosas consequências? O ser humano é frágil e mutante, mas, com zelo, adquire a fortaleza de que necessita para si, para os seus e para a sociedade.
* Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi) e da Academia de Cultura Precursora da Expressão (Acupre), professora de Língua Portuguesa, no Colégio Técnico de União da Vitória (Coltec), e nos cursos de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv. Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br
por: UNIUV
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