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19 de setembro: há 38 anos teve início a materialização de um sonho


Em uma sala do Edifício Jacobs, no centro de União da Vitória, empresários, professores, advogados e juízes sonharam com uma cidade melhor. Sonharam com um polo universitário em uma das regiões mais importantes do estado, no início dos anos 1970. O Empresário José Nelson Dissenha, os Advogados Moacir de Melo, Hélio Bueno de Camargo, Odilon Muncinelli e o Juiz de Direito Dr. Ségio Ângelo Francisco Matiolli, reuniam-se após o expediente, para tratar da Universidade do Vale do Iguaçu. Estavam previstos 11 cursos: Direito, Medicina, Engenharia Civil, Odontologia, Veterinária, Agronomia, Política, Farmácia, Ciências Contábeis, Administração e Ciências Econômicas. No Memorial dos 30 anos, intitulado Dialogando com a Face, de autoria da professora Fahena Porto Horbatiuk, os detalhes e o passo a passo da criação da tão almejada Universidade são narrados com precisão. Havia no período um envolvimento pessoal e um comprometimento social das empresas e organizações em prol da concepção de uma instituição de ensino superior, capaz de formar profissionais qualificados para alavancar o desenvolvimento regional. Com a transferência do Juiz Matiolli, a criação da universidade ganhou novo rumo e precisou do empenho do Dr. Moacir de Melo, para ter continuidade.


A aquisição do imóvel onde hoje funciona o Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv) foi o primeiro passo para se dar início ao funcionamento dos cursos superiores. Mas não foi tão simples. Por se tratar de uma Fundação Municipal, a prefeitura não dispunha de recursos financeiros para a compra e foi, então, que o Presidente da Associação Comercial da época, José Nelson Dissenha, tomou frente na iniciativa e visitou diversas empresas em busca de empréstimos e doações. A cada empresa visitada, doações e contribuições pessoais. Assim, em pouco tempo, os empresários viabilizaram a aquisição do imóvel necessário para a instalação da Faculdade Municipal de Administração e Ciências Econômicas, com as respectivas graduações.


Com expressão serena, bastante marcada por uma vida de trabalho, atitudes e responsabilidades de um patriarca, José Nelson Dissenha conta que, na época, o envolvimento com as causas sociais era maior. Naquele tempo, havia mais interesse, comprometimento e União da Vitória era uma das cidades mais importantes do Estado. “Se fosse hoje, não conseguiríamos o mesmo apoio com tanto entusiasmo, porque angariar recursos está muito difícil”, comenta o empresário.

Há tempos a Uniuv é financeiramente independente. Mesmo como fundação Municipal, não recebe recursos da prefeitura e, o que arrecada, investe nela mesma, pois não tem fins lucrativos. “Vejo uma administração comprometida com a instituição e também um futuro promissor pela frente, mas é preciso levar o ensino superior a um número maior de pessoas”, acredita Dissenha.


A mudança da FACE para Centro Universitário, em 2005, trouxe a autonomia necessária para a implantação e criação de novos cursos. A luta pela transformação em Universidade gratuita continua, e em meio a esta possibilidade, José Nelson entende que seria um grande passo para o desenvolvimento da região. “Sem dúvida seria uma grande conquista para a população e região, porque só assim conseguiremos dar acesso ao ensino superior àqueles que não possuem condições de pagar uma mensalidade, mesmo que seja a mais barata”, diz. Acompanhado de grandes entusiastas e batalhadores do ensino superior local, ele relembra de personagens importantes da história de criação da Uniuv: Roberto Cyro Corrêa e Raulino Bortolini foram a São Paulo comprar o primeiro acervo bibliográfico da Biblioteca João Dissenha, composto por 2300 livros, pagos com cheque pessoal do empresário.


Nunca houve a intenção de reaver qualquer importância, compensações ou favorecimentos e a história aponta que foi sempre pelo ideal do progresso. “Se fosse preciso e eu tivesse um pouco menos de idade, faria tudo novamente”, emociona-se José Nelson Dissenha.


A primeira turma formou-se em 10 de dezembro de 1979 e nela estavam pessoas conhecidas da história de União da Vitória e da própria Uniuv. Entre os empresários graduados em Administração, pela então FACE, estão José Nelson Dissenha Júnior, Irio Iwanko, Levy Pacheco, José Sérgio Souza, Paulo Cesar Stoeberl, entre outros. Já, entre os professores, lá estavam José Pedro Ramos e alguns meses depois, na colação de grau da segunda turma de Administração, em 14 de março de 1980, Hugo Mees e Ivo Tonon. Em Ciências Econômicas graduaram-se Arlindo Clivatti, Ivo Solanho, Reginaldo Calliari e outros tantos moradores das cidades de União da Vitória e Porto União, que desempenham até os dias atuais funções importantes nas esferas públicas e privadas, contribuindo com a sociedade.


Astolpho Souza Cavallin resume em poucas palavras, como era o grupo de estudantes, em meados de 1974. “Estávamos todos retomando os estudos, então, éramos um grupo bastante coeso e sabíamos o que queríamos”. A exemplo de hoje, houve muita mobilização em busca de recursos, professores e o somatório de todos esses esforços eram para garantir o reconhecimento dos cursos desde o início.

Havia muita dedicação, principalmente, entre os professores. “A Ivone Bogut se prontificou a nos ensinar matemática em horários alternativos e sem cobrar nada. Devemos muito a ela, porque depois das aulas eu só tirava 9 e 10”, relembra Cavallin.


A Administração permite ao formado a atuação em diversas áreas, sendo um dos campos que mais oferece oportunidades de estágio e trabalho. A ampliação do conhecimento proporcionado por um curso de graduação permite ao profissional garantir, muitas vezes, um futuro de sucesso. Astolpho Souza Cavallin atuou na esfera pública e aposentou-se como Delegado da Receita Estadual do Paraná. “A faculdade me ajudou muito, não só em minha minha carreira profissional, mas na formação pessoal também”, conclui.


A política de expansão instalada para criar novos cursos exigiu da direção da instituição acelerar o processo de ampliação física e de quadruplicar o tamanho e quantidades de sala de aula em um curto espaço de tempo. Como Fundação Municipal, existe todo um trâmite burocrático que envolve licitações, leis e restrições. De acordo com o Pró-Reitor de Administração, Contador e detentor do Registro nº 6 do livro de funcionários, Nordi Peruzzo conta que hoje está muito mais difícil promover o investimento, por causa da burocracia. “No passado era mais simples contratar serviços, hoje, está muito pior, o trâmite burocrático exige muita dedicação, mas como sempre tivemos autonomia para a gerência dos recursos, conseguimos fazer tudo o que precisamos”, explica Nordi.


A força de vontade e o zelo com a instituição, Peruzzo atribui ao envolvimento pessoal e a quem viu a mudança de um pequeno prédio adquirido com a união por um ideal, de empresários da região, para abrigar inicialmente dois cursos, se transformar em um complexo de quase 12 mil metros quadrados de área construída.

por: Divulgação

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