O professor do Centro Universitário de União da Vitória (UNIUV), Bruno Sucharski, está na Polônia desde novembro do ano passado participando de um treinamento acadêmico na Universidade Tecnológica de Kielce (UTK). Durante este período, Sucharski vem participando de atividades laboratoriais e de pesquisa na área de engenharia civil e sistema educacional polonês. O professor participou, na semana passada, de uma visita a uma escola de ensino médio, onde pode conversar com os alunos sobre a colonização brasileira, sobre o país e sobre a UNIUV. Esta parte do treinamento tem como por objetivo ensinar como funciona o processo educacional dos poloneses, desde o ensino fundamental e, principalmente, a metodologia de trabalho no âmbito universitário. O intercâmbio foi possível por conta do convênio assinado entre UNIUV e UTK em 2015.

Também na semana passada, Sucharski ministrou uma palestra intitulada “O Brasil por uma perspectiva histórica e econômica”. O objetivo da palestra foi discorrer sobre a atual situação econômica do Brasil, bem como sua atuação no mercado internacional e principais setores produtivos. “Para isso, apresentei dados numéricos e estatísticos, utilizando como plano de fundo os aspectos geográficos e históricos do país desde seu descobrimento, enfatizando a influência da imigração europeia neste processo. A pluralidade cultural e as grandes proporções demográficas do Brasil são aspectos incomuns para boa parte dos países europeus, como é o caso da Polônia”, comenta.

Além de uma oportunidade de se especializar no campo profissional, o intercâmbio está sendo uma chance para que Sucharski conheça mais sobre a cultura do país. Contudo, essa imersão em outra cultura requer um período de adaptação. “Talvez essa seja a parte mais difícil de todo o processo. É preciso ser paciente, pois leva um tempo até que você se adapte aos costumes e a rotina. Os europeus tendem a ser pessoas mais reservadas, apesar de receptivos e educados, então é necessário um certo tempo até começar a fazer amizades e criar uma intimidade maior com as pessoas. Além disso, no período do inverno, o sol se põe às 16h, e as temperaturas chegam a -20ºC, porém, lidar com as baixas temperatura acabou sendo mais fácil do que eu esperava”, relata.

Existem também algumas diferenças curiosas como, por exemplo, a jornada de trabalho, que na Polônia é das 7h às 15h, sem intervalo para almoço. “Com certeza as diferenças culturais são bastante fortes, principalmente em termos de relações interpessoais. Os poloneses se comunicam de uma forma extremamente formal na maioria das situações. Quanto a comida, é muito boa e similar a alguns pratos que temos em nossa região, mas com certeza vou levar algumas receitas novas”, aponta Sucharski.

O professor relata que o intercâmbio também permite o contato com culturas de outros países. Segundo o Sucharski, durante a viajem ele já conseguiu fazer contato com pessoas de, pelo menos, 20 nacionalidades deferentes, entre eles ingleses, turcos e chineses. “O intercâmbio é uma experiência e oportunidade indescritível, onde você aprende muito sobre o mundo e as outras culturas, mas também aprende sobre você mesmo e sobre o Brasil. Com certeza você volta de um intercâmbio com uma cabeça diferente e uma nova visão sobre tudo. Além disso, o contato com diversas pessoas permite que você amplie seu Networking, o que eu diria que é a principal ferramenta nos dias de hoje para o sucesso tanto profissional quanto pessoal”, explana.

Para os interessados em realizar um intercâmbio, Sucharski recomenda a Polônia, por proporcionar a oportunidade de o intercambista conhecer uma língua da família eslava o que, de acordo com ele, abre um leque de possibilidades em outras línguas, mas também é uma oportunidade de aprimorar o inglês, visto que no país essa língua é falada de uma forma simples e fácil de compreender. “Outra vantagem é o custo de vida. Aqui a moeda e os preços são muito similares aos do Brasil, com acesso a produtos de ótima qualidade, portanto, tendo em vista a realidade brasileira, é muito mais viável vir para a Polônia do que ir para países que tem como moeda o Euro ou a Libra. Por fim, a Polônia é um pais rico em história e cultura, portanto, viajar apenas dentro dela já é um espetáculo à parte, e você tem contato com a história desde os tempos medievais até os mais recentes acontecimentos que afetam o mundo todo” explica.

A UNIUV deve assinar mais um convênio com outra Universidade Polonesa ainda esse semestre.

por: Ivana Caroline – Doing/Agexcom