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ARTIGO – Água pura… ar puro…


Ao final de cada ano temos a sensação de que tudo acabou, de que podemos nos desligar das responsabilidades e descansar, como recompensa pela intensa luta de cada dia e por tantos obstáculos vencidos.


Mas qual, termina um ano de estudos e trabalhos, segue-se outro. Conclui-se um curso, vem o trabalho, a profissão. Conclui-se uma etapa da existência, vem a seguinte. E, em todos os casos, sem mudanças bruscas. A vida continua, e o passado embala o presente, que estendemos até onde conseguimos vislumbrar.


Dois mil e dez está quase na memória… Mas a vida continua, com seus mistérios e surpresas, com seus apelos e escadarias.


O sentimento de fim esmaece rapidamente no calendário que prevê a virada do ano, o janeiro em curso, a volta às aulas, mais um ano de vida… Para onde vamos? Com que energia? Com que alegria?


Após as chamadas férias, recomeçaremos, e nada será igual. Cada instante é novo e nós em relação a ele, também.

Vamos nos organizar, abrir espaço para o essencial, para aquilo que realmente conta na vida, independentemente dos afazeres. Para que toda atividade seja metamorfoseada, transfigurada, iluminada por nossa ação, alavancada num espírito que silencia, que medita, que se fortalece e vê mais além das aparências.


Quem nos legou a confiança no dia de amanhã? A confiança em nós mesmos? A esperança de podermos, unidos aos outros por laços de solidariedade, agir com competência e coração?


Como alerta São Francisco de Sales: “É necessário permanecer na barca onde Deus nos colocou para o trajeto entre esta vida e a outra: é necessário nela permanecer, voluntária e tranquilamente.”


Para quem deseja pensar sobre a qualidade de vida e sobre a sabedoria necessária para viver, apreciando sua própria vida, há a obra de Clóvis de Barros Filho e Arthur Meucci, intitulada: A vida que vale a pena ser vivida. Clovis de Barros Filho é formado em Direito e em Jornalismo, e Atthuir Meucci, em Filosofia, com formação e sensibilidade psicanalítica.


Que nossa vida seja como água pura, sempre renovada, ou como o ar puro, invisível, mas necessário. Tanto no caso da água como do ar, o importante é que sejam puros. Isso também é ecologia.



* Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), pmembro da Academia de Cultura Precursora da Expressão (Acupre), professora de Língua e Literatura nos cursos  de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv. Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br



Este texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, do Jornal Caiçara, de 5 de novembro de 2010.

por: UNIUV

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