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ARTIGO – Chique mesmo é ouvir mais e falar menos…


A comunicação empresarial é complexa, pois abrange diferentes pessoas, com mentalidades diferentes, que se adaptam, com dificuldade, aos padrões de funcionamento adotados. Mesmo nas empresas em que existe um inter-relacionamento pessoal vertical e horizontal, com plena abertura para sugestões ou críticas construtivas, existem lacunas a ser preenchidas, fazendo surgir a chamada rádio-corredor ou rádio-peão, que precisa ser bem administrada, evitando que se transforme em fonte de boatos prejudiciais à organização.


São notícias anônimas, por vezes, infundadas, que se divulgam de forma não oficial. Se a instituição for lenta em comunicar, se deixar de ser transparente e democrática, esse mal se alastra como erva daninha.


Quem lidera esse tipo de noticiário, parecido com a brincadeira do “telefone sem fio”, em geral, são pessoas que falam muito mais do que ouvem, boquirrotas, de fato. Realizam-se repassando nesgas de conversas captadas aqui ou ali, costurando-as a seu modo, durante os repasses, num rompante do famoso “doa a quem doer”, ou do leva-e-traz de caráter pouco ético. O pior é que esses porta-vozes estão sempre por perto da alta hierarquia, como se fossem seus confidentes e torcessem por seu sucesso.


Para quem quer espalhar penas ao vento não faltam ocasiões: assuntos relacionados a salários, ao autoritarismo de alguém da chefia, demissão ou advertência de funcionários, insatisfação com os benefícios recebidos, privilégios em promoções, corte de horas extras, crise financeira, mudanças na empresa, por venda, aquisição, transformação.


Sabendo de tudo isso, os dirigentes devem evitar comunicações vagas, para que não se crie ansiedade geradora de suposições; priorizar a comunicação positiva, pontual, transparente; evitar comentários que não precisam ser divulgados (perto de pessoas pouco responsáveis), enfim, criar canais democráticos de diálogo, cerceando as influências de interpretações errôneas, ou mesmo, maldosas.


Também é um modo eficiente de barrar os boatos a realização de encontros não agendados, casuais, de poucos minutos, dos gestores com os colaboradores, dando-lhes informações úteis e motivadoras. Ou fazendo a gestão de inter-relacionamento, em que os gestores andam pela empresa, ouvindo os funcionários, percebendo suas necessidades, criando laços de maior confiança. Nessas caminhadas pela organização, os líderes esclarecem dúvidas, ajustam decisões, e melhoram o desempenho tanto das chefias quanto dos demais membros. Esses modos de comunicação aberta, além dos formais, podem criar um clima organizacional altamente agradável e produtivo, pois reduz o diz-que-diz e incrementa a unidade do pessoal, sem o uso de recursos coercitivos. Que departamento não gosta de receber seu diretor, ou um grupo de responsáveis pela empresa, para um diálogo profissional e sem meias palavras?


O acesso à comunicação de fonte limpa é um grande bem. Vale o sacrifício de os gerentes e diretores saírem de seu posto, de forma sistemática, e visitar, com bom ânimo, aqueles com quem realizam seus grandes sonhos.


 


* Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi) e da Academia de Cultura Precursora da Expressão (Acupre), professora de Língua Portuguesa, no Colégio Técnico de União da Vitória (Coltec), e nos cursos de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv. Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

por: UNIUV

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