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ARTIGO – Família que lê unida
Para os filhos pequenos, seus pais são exemplo e energia propulsora da alegria de viver, de inventar, de conhecer, de fazer…
Os filhos não esquecem, por exemplo, de viagens, de jogos recreativos, de apresentações na escola a que os pais compareceram, com orgulho e sinais de aprovação.
A leitura também é prática que pode e deve ser cultivada em casa, como um bem precioso, garantia de crescimento, vida afora.
O Instituto Ecofuturo (www.ecofuturo.org.br), grande incentivador da causa da escrita e da leitura, publicou, em 2007, um livrinho para reflexão, que traz dicas interessantes para se estabelecer “um ritual de leitura na rotina da família”.
Isso começaria reservando um tempo e lugar especiais para a criança ouvir as histórias relatadas pelos pais, sem que houvesse interrupções, isto é, dando o valor que esse momento de fato merece. É a hora de fortalecer o imaginário dos pequenos.
Um lugar aconchegante, aquecido pela segurança do carinho e da presença amorosa do narrador (pai, mãe, avô, avó), com um fundo musical leve, permitem vivenciar a leitura com todas as sensações e emoções que ela sugaerir. Como a fantasia é o lugar privilegiado da mente infantil, ela solta sua criatividade e imaginação, rindo, torcendo pelos personagens, choramingando se o perigo os rondar, perguntando ou comentando algum detalhe…
Narrativa com efeitos sonoros, um tanto dramatizada pelos tons de voz e expressões faciais captam mais a atenção. Que a leitura pelo adulto dê às palavras a sonoridade que valoriza seu sentido também é essencial.
Conversar sobre a história com as crianças favorece sua compreensão e memorização. É uma das partes mais importantes da leitura – trocar idéias com os outros sobre o sentido dela. É como os adultos costumam fazer sobre suas leituras, e é altamente motivador.
Crianças pequenas gostam de ouvir mais de uma vez a mesma história, com todos os detalhes, e, em sua mente, vão acompanhando e prevendo as emoções, prevendo as expressões. Repetir ajuda-as a lembrar das palavras e a organizar o pensamento em seqüência. E vão apreendendo o estilo literário, diferente da linguagem cotidiana. Mais bonito.
Se os filhos já sabem ler um pouco, podem ler uma parte do livro, e os pais outra, alternadamente, para que eles não se cansem.
O importante é que nos tais momentos de leitura, que podem ser apenas trinta minutos diários, haja entusiasmo e satisfação de todos. Assim, esse tempinho dedicado ao cultivo da leitura em família será também o tempinho do cultivo de laços de família, indissociáveis. Que haja sempre um bom livro a ser lido, e a expectativa de outros mais, com a importância dessa marca de família, aquela que sabe ir passando a seus filhos, na prática, através dos tempos, a certeza de que os bons livros são a melhor forma de lazer.
*Mestre em Lingüística, Pró-Reitora de Extensão e Cultura, Professora Assistente e Presidente do Conselho Editorial do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv), e membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi).
Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br
Esse texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, da edição impressa nº 1.988, e na edição on-line nº 488 do Jornal Caiçara, de 27 de março de 2008.
por: UNIUV
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