Notícias
ARTIGO – O autodidatismo na construção de sua visão de mundo
Quem no Ensino Superior assume o controle de suas múltiplas leituras, nas áreas de seu interesse, multidisciplinar como a vida e o mundo, vai construindo seu conhecimento, ampliando sua competência enciclopédica, isto é, seu conhecimento geral.
Basta meia hora de leitura diária e um pouco mais nos fins de semana, para que, aos poucos, perceba-se o resultado: um incremento permanente da criatividade, da curiosidade, da reflexão, da agilidade mental.
Esse é o caminho da maturidade intelectual, aquele que vamos trilhar, com gosto sempre mais apurado, durante toda a vida. É grande a alegria de encontrar as obras que trazem luzes, novas formas de refletir o mundo. Os poetas nos enchem de emoção; o filósofo ajuda a analisar por outros ângulos os fatos; os comunicadores alertam para os recursos infinitos das linguagens verbais ou não verbais, como prática social persuasiva, e assim por diante.
São inúmeros os exemplos de pessoas que se destacaram pela dedicação a leituras diversas, aperfeiçoando sua capacidade de imaginar e de avançar nas conquistas científicas. Machado de Assis (literatura), Vigotsky (médico, filósofo e lingüista russo), Mia Couto (biólogo e escritor moçambicano), Benjamin Franklin, Thomas Edison, Abraham Lincoln, Isaac Newton, Louis Pasteur, Máximo Gorki, entre muitos outros.
Como diz a escritora contemporânea Adélia Prado: “A vida está pulsando ali. O livro faz parte da casa, da comida, da experiência, da maternidade, do cotidiano.”
Aos poucos, já temos algo para dizer e para escrever, fruto de nossas reflexões, de nossa vivência e de toda a interatividade com os bons autores. Além disso, esse percurso intelectual passa a comprometer-nos com a humanidade, de forma exigente, porque a compreensão da realidade nos obriga a agir, deixando bem longe a atitude passiva.
Endossamos a declaração de José Mindlin, em Loucura Mansa: “Para mim é difícil falar simplesmente de gosto pelos livros, porque em matéria de livros meu caso é muito mais grave: é um amor que vem desde a infância, que me tem acompanhado a vida inteira, e ainda acima disto, é incurável. […] Daí eu aproveitar qualquer oportunidade que surja (e espero que esta seja uma delas) para inocular o vírus do amor ao livro em todos os possíveis leitores que já não o tenham adquirido anteriormente.”
*Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), professora de Língua e Literatura nos cursos de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv.
Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br
Esse texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, da edição impressa nº. 1.992, e na edição on-line nº. 492 do Jornal Caiçara, de 25 de abril de 2008.
por: UNIUV
0 comentários