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ARTIGO – Uma palestra e duas grandes lições


Dia 13 de junho tivemos, no Colégio Técnico de União da Vitória, Coltec, a visita do Físico, Dr. Arandi Bezerra Júnior, Pesquisador e Professor no Instituto Tecnológico Federal do Paraná, e de sua esposa, Estela, Engenheira Civil.


Arandi veio a convite do Padre Abel Zastawny, Coordenador da Pastoral Universitária, e da Professora Fahena Porto Horbatiuk, membro desse grupo, a fim de explanar a respeito da energia nuclear, assunto posto na mídia, devido ao acidente ocorrido no Japão.


O palestrante, com a narração de sua carreira estudantil, desde o Ensino Médio, no Colégio São José, até tornar-se um cientista, movido a curiosidade intelectual, absorveu total atenção da plateia.


Mostrou como os elementos se unem ou se repelem, e como surge a energia nuclear, seus cuidados, benefícios e riscos. Deixou claro que os países da América Latina têm tratados expressos de construírem usinas nucleares, apenas para fins pacíficos – não a bomba atômica.


Mas esse assunto não é o objeto primeiro desse estudioso da Física, mas a luz, a energia solar. Arandi contou que, em 1983, comprara, por conselho de seu professor de Química, um exemplar da revista Ciência Hoje (Vol. 2, n.º 8), em cuja capa se lia “Angra – Um reator pode explodir?” Isso quando estava no Ensino Médio.


Graduou-se em Física, pela UFPR, em 1990; completou seu Mestrado em 1993, seu Doutorado, em 1999, e seu Pós-Doutorado em Biofísica, em 2005. É professor da UTFPR, desde 1991.


Participa de grupos de estudo de processos que envolvem a interação luz-matéria em escala nanométrica e em sistemas biológicos. Atualmente, seus projetos envolvem: produção de nanopartículas por ablação a laser; usinagem a laser; estudo e aplicação de fluoróforos em biodiagnósticos, terapias mediadas pela luz (terapia fotodinâmica e biomodulação).


Dr. Arandi também pesquisa o Ensino da Física, repassando seu conhecimento a professores; além de estudar  energia e  matéria e suas relações.  


É realmente fascinante perceber quanto o espírito científico conduz a vida de Bezerra Júnior, que afirma ter: “Curiosidade, muita curiosidade, mais do que curiosidade…”.


Com prudência de mestre, foi ensinando que o universo é feito dos mesmos materiais que temos aqui na Terra; que a matéria é feita de átomos e moléculas. Contou de um Encontro de Física que ocorreu em Foz do Iguaçu, de 5 a 10 de junho deste ano, como Integração de Física na América Latina, oportunidade para a comunidade brasileira de Física se encontrar em torno das grandes questões da Física e avaliar sua inserção internacional nessas questões.


Segundo ele, um relatório apresentado nesse encontro afirma que o programa nuclear brasileiro precisa de uma agência independente, que tenha os instrumentos para analisá-lo adequadamente. A comissão pede cautela ao planejarem a construção de novas usinas nucleares, levando em conta os riscos ambientais e o custo-benefício. 


Depois, mostrou gráficos de diferentes tipos de usinas nucleares, e fez uma experiência com um captador de sinais de material radiativo (césio), encapsulado num pequeno repositório. Aconselhou aos presentes a leitura de Energia Nuclear – Com fissões e com fusões, de Galetti e Lima. Encerrou com as palavras: ”Ser cientista é muito bom.”


 A Engenheira Civil, Estela,  participou dos debates, recomendando cuidado com os materiais que temos, buscando viver com o atual nível de conforto, pois temos a tendência de querer sempre mais, e a sustentabilidade vem de se  manter um relativo bem-estar, sem destruir as reservas ainda existentes.


Foi uma aula maior, capaz de despertar vocações à pesquisa desse maravilhoso universo que nos cerca. Foram duas lições simultâneas: uma de Física Nuclear; outra, de motivação pessoal, hoje objeto de estudos mais acurados. Pink e seus colegas psicólogos informam que a busca de independência e de conhecimento são altamente motivadores, e que esses dois fatores levam a um terceiro – o engajamento. “Não se pode levar uma vida excelente, sem o sentimento de que se pertence a algo maior e mais permanente do que a si mesmo”, constatam. (Rev. Galileu, jun.2011, p. 34 – 43).


 


* Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi) e da Academia de Cultura Precursora da Expressão (Acupre), professora de Língua Portuguesa, no Colégio Técnico de União da Vitória (Coltec), e nos cursos de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv. Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br

por: UNIUV

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