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ARTIGO – Vá por onde não há um caminho, e deixe suas pegadas*
Sonhar no sentido de imaginar é usar a fantasia, individualmente, sem se preocupar com o contexto de vida ou com as condições de realização dos sonhos. O emocional é o fundamento das ações humanas, mas a emoção deve ser suficientemente forte, para transformar sonho em ação. Em geral, os sonhos são difusos: contribuir para a justiça social, reduzir a pobreza, construir um futuro melhor, ter autonomia, aprender, promover conhecimento. Depois dessa etapa, vêm os projetos de ação, que vão sendo alterados, conforme a vida da pessoa e o meio onde atua forem permitindo.
O sonho vazio, inerte, não causa transformação social, mas o sonho estruturante dá sentido à vida. Se tiver base em um valor duradouro, irá sempre mais produzindo carga emotiva para sua realização. A pessoa vai ajustando seu sonho, descobrindo o que é essencial e possível, conforme seu potencial realizador, no momento. Faz, avalia, muda a si mesmo e ao próprio sonho, e para tanto deve saber focalizar os interesses primeiros, básicos, com muito domínio pessoal e coerência. Com isso a pessoa gera autorrealização.
Aí chegamos ao empreendedor, aquela pessoa capaz de desenvolver sonhos compatíveis com seu eu, útil à comunidade e capaz de produzir energia (emoção) intensa que leve à cooperação. Exemplos não faltam e a humanidade os reverencia, reconhece seu mérito.
O sonho começa na pessoa, mas com fins coletivos, porque deve levar valores à comunidade. Precisará da participação de muitos. Os valores oferecidos à comunidade não consistem em soluções assistenciais ou apenas econômicas, são existenciais. Levam ao bem-estar, à liberdade, à saúde, democracia, riqueza espiritual e material.
Como os seres humanos precisam uns dos outros, tudo que se faz depende do grupo em que se inserem e com o qual organizam sua vida. O sonho coletivo assumido pelos indivíduos gera o capital social, e a construção desse capital depende do empreendedor coletivo. Conforme a Teoria Empreendedora dos Sonhos, o “empreendedor coletivo é aquele cujo sonho é promover o bem-estar coletivo, a melhoria das condições de vida de todos”. Ele cria condições para que toda a comunidade amplie sua capacidade de sonhar.
A educação atual precisa preocupar-se em dar, desde às crianças pequenas, condições de irem tornando-se sonhadoras, no bom sentido, preocupadas em construírem a si e ao mundinho que as rodeia, firmadas em valores e em ações apaixonantes, que lhes deem um feedback positivo. Não se pode pensar em ser empreendedor apenas no mundo dos negócios, depois de grande, sem sintonia com a vida pessoal e coletiva. Não é condição permitida só a adultos.
Daí o interesse de pais e educadores, na atualidade, em desenvolver atitudes como a proatividade, a reflexão, o estabelecimento de metas, a conexão do que se fala com o que se faz.
A interação com pessoas que são exemplo de vida, de diferentes posições sociais e visão de mundo, o desenvolvimento da liderança, vão reforçando a certeza latente no ser humano de que, para ser feliz, é preciso contribuir para a felicidade dos outros. Constatar- se- á que há muitos níveis e formas de vida, sendo possível um aperfeiçoamento pessoal e coletivo permanente.
Stephen Covey, Fernando Dolabela, Marco Aurélio Vianna, Sean Covey, Jean Claude Obry, Luiz Almeida Marins Filho, Roberto Shinyashiki, são alguns autores que têm influenciado muito a humanidade, em nosso tempo, com esse enfoque, reforçando princípios éticos e encorajando crianças, jovens e adultos a colocarem mais amor em sua vida.
* Frase de Ralph Waldo Emerson, poeta e filósofo norte-americano.
**Mestre em Lingüística Aplicada, membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), professora de Língua e Literatura nos cursos de Secretariado Executivo e Comunicação Social, e presidente do Conselho Editorial da Uniuv.
Esclareça suas dúvidas. Mande sugestões para esta coluna pelo e-mail prof.fahena@uniuv.edu.br
Esse texto foi originalmente publicado na coluna Questões de Estilo, da edição impressa de 31 de julho de 2009, do Jornal Caiçara.
por: UNIUV
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