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Monumento é inaugurado em Matos Costa
Terça-feira, 22, às 17h, o Capitão João Teixeira de Matos Costa, recebeu a primeira homenagem na terra em que foi morto, na primavera de 1914. O local da homenagem foi na chácara da professora Tereza Walik, estrada para General Carneiro, onde passava o antigo trajeto da ferrovia São Paulo-Rio Grande.
Na semana do aniversário do Município que leva seu nome, a coordenadora do museu da cidade, professora Jossete Dambrowski, inaugurou o monumento que ela e seus alunos colocaram no lugar onde morreu o Capitão. A professora receberá o título de cidadã honorária de Matos Costa, no próximo sábado, 26, em razão dos serviços prestados em prol da história regional.
Desde 2001, o Grupo Resgate de Calmon tinha a intenção de prestar uma homenagem ao único militar que entendia a revolta dos caboclos do Contestado. O Capitão Matos Costa foi morto em 6 de setembro de 1914, por um dos homens defendidos por ele, o líder caboclo Benevenuto Baiano.
Além da presença das autoridades locais e da comunidade matoscostense, o Exército e a Academia de Letras Vale do Iguaçu (Alvi) estiveram presentes na inauguração do monumento.
A ocasião foi cheia de lembranças e comemorações. Durante o evento, outras datas foram lembradas: o centenário do 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado (5° BEComb Bld), de Porto União, que é comemorado este ano; os 60 anos da saída da segunda Companhia do Exército de Matos Costa, pois aquela cidade já foi sede do Exército; os 84 anos da morte do Capitão Matos Costa; os sete anos da abertura do “Nosso Museu”; os 46 anos de emancipação do Município; e os 100 anos da instalação da ferrovia na região do Contestado.
História
Na “Guerra dos Jagunços”, ocorrida entre 1911 e 1916, muita gente morreu defendendo seu pedaço de terra da ganância dos americanos. Os Estados Unidos enviavam pistoleiros para expulsar quem estava dentro dos 15 quilômetros que o governo brasileiro concedeu para que fosse explorado pelos americanos, durante a construção da ferrovia ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul. Na tarde de 5 de setembro de 1914, o garoto Francisco Alonso, de 16 anos, comandou um piquete de 300 revoltosos e atacaram o povoado de Calmon, queimando a estação, casas de operários e a serraria da Lumber.
No dia seguinte, o alvo foi estação e São João dos Pobres, sob a liderança de Benevenuto Baiano, arrasando a cidade com seus caboclos revoltados, matando homens, mulheres e crianças. Na mesma noite, o capitão Matos Costa, que estava em União da Vitória (PR), foi avisado do ataque. O Capitão subiu a serra, a bordo de um trem de inspeção, com 40 soldados, mais operários da ferrovia. Antes de chegar à estação, um morador avisou-o militar do perigo, mas por conhecer e defender os jagunços desceu do trem e seguiu em frente. Dessa forma, ele e seus soldados foram atacados e mortos.
*Acadêmico do 4º ano do curso de Comunicação Social, Habilitação em Jornalismo.
Nas fotos, pode-se observar uma foto antiga da Estação de Matos Costa, e a inauguração do monumento ao Capitão que dá nome ao Município.
Este texto foi publicado na edição 3.683 do Jornal O Comércio, de 22 e 23 de abril de 2008.
por: UNIUV
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