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Rondonistas conhecem de perto os Festejos Populares de Irará


 


As grades da Igreja da Nossa Senhora da Purificação anunciam com fitas do Bonfim que os Festejos Populares de Irará já começaram. Tudo teve início na sexta-feira, 25, com a lavagem, na qual figuras baianas derramam água de cheiro e flores nas cabeças dos fiéis que prestigiam a tradição. Fui agraciada com um colar de uma baiana que me desejou sorte e sucesso na vida pessoal, espiritual e profissional.


Quem não ganhou, teve a oportunidade de fazer seus três pedidos amarrando uma fita do Bonfim nas grades da Igreja da Nossa Senhora da Purificação. Cada nó um pedido, cada pedido uma esperança, tudo estava colorido de branco, amarelo, vermelho, azul e verde.

Um caminhão Pipa também fez a festa. Ao longo da purificação as mangueiras de água refrescaram aqueles que se espremeram entre as grades da Igreja e as cumbucas de água de cheiro das baianas e Pai de Santos.


Logo pela manhã de sexta-feira, ganhamos camisetas com a frase, “Lá vem Dinê com sua burrinha”. Dinê estava na procissão que antecede a lavagem. De acordo com populares todo ano uma personalidade iraraense é homenageada nos festejos, e nesse foi a vez de Dinê. Antônio Cardoso – Dinê, é uma figura cheia de vigor e criatividade que enriquece o cenário da cultura popular baiana com sua burrinha, especialmente durante a festa em louvor à padroeira.


A noite caiu e a praça ficou cheia de turistas, fiéis e Rondonistas. Por onde passávamos vestidos de Dinê, os olhares grudavam em nossas movimentações. E, todos perguntavam “gostaram da lavagem? Por que ainda temos muitos dias de festejos”.

Após a lavagem, caminhamos pelas ruas conscientizando os iraraenses sobre sexo seguro e entregando camisinhas – já que a Bahia tem o maior índice de Aids no País. A reação já era esperada, todos franziam a testa, mas quando soltávamos um sorriso logo abriam a mão para receber o que tínhamos para entregar.


A segunda-feira, 28, encerrou os quatro dias de festejos, cada noite irararense foi tomada pela alegria e calor dos baianos. Os shows, apresentações de bloco e carreata atrás de Trio Elétrico marcaram os dias de festa em Irará. Mas o que também não escapou da percepção de nós Rondonistas foi a falta de cuidado com a limpeza. Nas ruas por onde passávamos não tinham lixeiras ou espaços para coleta do lixo que era produzido durante os festejos.


O cheiro forte de urina e de restos de comida dos mais variados tipos atraem os urubus, que pairam sobre o céu iraraense nos dias posteriores aos festejos.

O choque é grande, o povo sulista não está acostumado com realidades desse tipo. Nossas festas são animadas, regadas a muito chopp, costela, xixo e Steinhaeger, não somos tão calorosos quando os baianos, mas a preocupação com o lixo que deve ser jogado no lixo temos de sobra.


Não cobramos, muito menos condenamos essas situações, somos Rondonistas e em nosso estatuto está previsto que não podemos mudar a cultura do lugar que trabalhamos, muito menos julgá-la, apenas orientá-la. A prefeitura de Irará é atenciosa com seu povo, sua cidade e com os Rondonistas e sabemos que está trabalhando no melhor para Irará, mas em período de festejos em que a cidade recebe turistas e atrações a falta de atenção com esses detalhes pode ser prejudicial para a imagem de uma cidade.


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por: Divulgação

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